quarta-feira, 18 de março de 2015

Após fala na Câmara, Casa Civil confirma saída de Cid Gomes de ministério

Divulgação
Pedro Ladeira/Folhapress

O ministro Cid Gomes (Educação) pediu demissão nesta quarta-feira (18) à presidente Dilma Rousseff. A informação foi confirmada oficialmente pela Casa Civil. A saída dele ocorreu após uma fala do ministro na Câmara. Em uma nota de quatro linhas, o Planalto agradeceu a permanência de Gomes no cargo. "A presidenta agradeceu a dedicação do ministro à frente da pasta", diz o texto.
Cid foi convocado pelo Legislativo para explicar uma declaração dada por ele na Universidade Federal do Pará em que disse: "Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas".
Ao pedir desculpas aos parlamentares, Cid cobrou da base aliada novamente o apoio a matérias de interesse do governo. "Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo", disse Cid.
 
As declarações de Cid incomodaram os deputados e foi criticada por vários parlamentares. Alguns deles chegaram a recomendar sua saída na tribuna.
 
Ele disse ainda, ao se referir ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),  que era preferível ser mal-educado do que ser acusado de achaque. "Prefiro ser acusado por ele de mal-educado do que ser acusado como ele de achaque", disse Cid, apontado para a Mesa Diretora onde estava Cunha.
 
Pouco depois, ao retomar a fala, Cid fez novas acusações e abandonou o plenário da Câmara quando foi acusado de fazer "papel de palhaço" pelo deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), partido da base aliada. 
 
Antes da confirmação da saída de Cid do Ministério da Educação, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), havia condicionado o apoio do partido ao governo à demissão de Cid. Após a demissão, Picciani disse que não haveria outra saída para o agora ex-ministro. 
 
"Não esperávamos outra atitude que não fosse essa. O que ele demonstrou aqui foi falta de formação democrática, de formação republicana. Ele saiu daqui como um fanfarrão porque veio aqui, falou o que quis, ouviu o que não quis, saiu como menino mimado. Fiquei com uma péssima impressão dele como homem publico. Agente incapaz de exercer a função pública", disse o líder do PMDB após a demissão de Cid.
 
Pouco antes da confirmação da informação pelo Planalto e logo após a fala do então ministro na Câmara, Cunha já havia antecipado que o ministro sairia do cargo.
 
Ex-integrante do PSB, Cid Gomes chegou ao ministério por ter se mantido fiel a Dilma Rousseff.
 
Ele rejeitou a candidatura própria do partido à Presidência – a legenda teve a ex-senadora Marina Silva como candidata após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. O grupo ligado a Cid Gomes, que inclui o irmão Ciro Gomes, deixou o PSB em setembro de 2013 e se filiou ao Pros (Partido Republicano da Ordem Social).
 
O candidato dos Gomes, Camilo Santana (PT), acabou se elegendo governador.

Do site Uol

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