A presidente Dilma Rousseff disse hoje na Etiópia que os boatos sobre o
Bolsa Família, que provocaram corrida aos bancos no último fim de
semana, vão obrigar o governo a aprimorar o sistema de fiscalização do
benefício.
"O que a gente pode tirar de bom disso? Podemos tirar que vamos estar
sempre mais atentos agora para essa possibilidade, porque durante dez
anos, nunca houve isso. Agora você vai ter de incorporar aos seus
mecanismos, através de auditoria, mais isso. Vamos saber que é possível
que haja corridas. É muito importante que seja transformado num ganho
para o programa Bolsa Família", afirmou a presidente, que visita o país
para participar da celebração de 50 anos da União Africana.
Dilma não quis comentar a investigação sobre a origem dos boatos,
dizendo que seria uma "temeridade". Mas deu indicação de que não
acredita que a razão tenha sido a mudança no cronograma de pagamentos
pela Caixa Econômica Federal, sem aviso, na véspera dos boatos.
"Eu li a nota da Caixa. O que ela admite é que está em transição de um
sistema, e suspendeu, de fato, uma pessoa do pagamento. Isso explica o
pagamento dessa pessoa, mas não explica a corrida à Caixa. Não explica o
porquê da quantidade de pessoas que procuraram a Caixa no sentido de
receber [seu benefício]."
Segundo ela, pode ter havido falha da Caixa. "Somos humanos. O que estou
dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica 12 Estados
[com rumores]", declarou.
Dilma considerou o episódio "lamentável" e disse que ninguém no governo
está autorizado a acusar a oposição -como fez, na semana passada, a
secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
A presidente minimizou os recentes atritos com o PMDB, embora tenha
admitido "flutuações". "Nós temos uma aliança bastante estável e sólida
com o PMDB. Diferenças, num regime democrático, sempre ocorrem. Elas não
são tão relevantes assim", declarou.
Fonte:Uol
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